Luiz Roberto Benatti
o gato lê no rato
o olho do impostor
o coelho lê no capim
a fome incolor
estão na mesma sala
da sra. mestra Coala
o beabá do branco coelho
é como o do gato preto
as horas passam e nada
de se ver onça pintada
a paz aqui não ouve
estampido de granada
assim, amanhã eles voltam
para o giz com a tabuada
1 + 1 são sempre três
até para cão escocês
1 x 3 são três
até para o corvo inglês
o gato só quer almofadas
de alecrim perfumadas
de coração disparado
o coelho só caça no banhado
assim como vão as coisas
o gato será herbívoro
assim como vão as coisas
o coelho será carnívoro
seja pedro, josé ou paulo
abra-se bem ao diálogo
um dia a mestra acordou
com a avó atrás do toco
quis pôr fogo no mundo
como faria qualquer louco
o que ela então propôs?
Falar de aflição ou guerra
e os amigos o que fizeram?
Foram-se para outra terra
E o poema? inquiriu o grou
linha final – acabou