
Luiz Roberto Benatti.
1ª.) John é um estimado amigo desde os tempos do velho Barão do Rio Branco. Agora, ele anda disfarçado de Psiquiatra em Sampa e atende por outro nome. Nossas conversas são intermináveis.
2ª.) Nos últimos meses, o assunto que mais nos atrai é o crime: a namorada do John parece não gostar muito, mas ela, vez ou outra, contribui com frases bem inflamadas.
3ª.) No último encontro na Porcada do 7, chegamos talvez a algumas conclusões que irão deixar o Scheerer satisfeito. Vamos lá.
4ª.) O criminoso contumaz, antes de cometer o próximo delito, deverá somar todos os anteriores e, rigoroso na conta, a cada dois perpetrados ele anulará um deles, de tal modo, que, amanhã ou depois, ele poderá ficar livre de qualquer suspeita ou condenação.
5ª.)Outra idéia, e essa nos pareceu genial, foi que o criminoso, depois de perpetrar o décimo delito, pularia os 5 seguintes, quer dizer, esses não seriam contados. A idéia foi minha e o John não gostou muito porque, disse ele, há crimes tão descabelados e coloridos que deveriam ser somados ao currículo do criminoso.
6ª.) Voltamos trêbados para casa, pneu do carro furado, chuva a cântaros, discutimos no ermo do bosque e por pouco não nos matamos.