
Luiz Roberto Benatti
Brennand não tomou gosto pela cerâmica duma hora para outra. Ele estava interessado na pintura de cavalete, até que na Europa viu o que Picasso ou Mirò faziam com a arte milenar de queimar o saibro, esmaltá-lo e voltar a queimar até que as várias camadas de tinta, sobrepostas, revelassem cores extraordinárias. Há uma mitografia na obra numerosa do pernambucano, mas será pura perda de tempo querer vê-la com os circunlóquios da Razão pura. Melhor apreciá-la pelo puro estado de emoção. Brennand foi um onímoda como Gaudí e quem for ao Recife irá constatar que não estou mentindo.