Luiz Roberto Benatti
Além do sinal de Caim, gravado a fogo na testa, os pobres se reproduzem por força do suor e o fogo camoniano sem poder emitir sinais de presença social ou traços de domínio.Os pobres amontoam-se na 3ª. classe onde morrerão anônimos. Os pobres figuram como pobres mas não se reconfiguram como atores encaixados nos nichos de riqueza ou a caminho do Céu. Como no poema de Manuel Bandeira, revolvem o lixo para dele se servir, ou o removem pelo contrato espúrio das relações de trabalho.Quanto mais você faz menos se compraz. No espaço doméstico aprendem a cartilha do mando e a obediência. Quem chora menos apanha mais. Os espertos admiradores de Maria Antonieta a empoaram e tanto fizeram ,que a levaram a gritar Versailles afora que os humilhados & ofendidos deveriam comer brioche até lambuzar-se quando lhes faltava teto e escola onde aprenderiam a declinar o presente do futuro improvável. O menino no ombro de Benito Mussolini desenha na mão direita a figura duma chave de fenda, talvez o fascio; à esquerda o pai registra o momento para o resto de seus dias e se pergunta se poderíamos alcançar a esquina não fosse o grande líder que lhe deu voz e identidade. O pai está feliz e o filho ficará no ombro de Benito por muitos anos. Quem transporta criança poderá levar a nação a seu grande destino. A criança é pai do homem que é pai da nação. As varas do feixe não se vergam nem se quebram. Se Júlio César alcançou a Mancha nossa mancha irá espalhar-se pelo mundo. Viva Catanduva, onde o PT morreu de cianose causada por soluço intermitente!