Luiz Roberto Benatti
A atriz norte-americana Jayne Mansfield foi barrada no píer da Ilha do Sol que Luz del fuego administrava, por concessão da Marinha, no RJ, por recusar-se a ficar nua –, exigência obrigatória segundo a etiqueta naturista instituída pela dançarina. Inúmeros outros pelados famosos estiveram lá: Errol Flynn, Lana Turner, Ava Gardner, Tyrone Power, Glen Ford, Brigitte Bardot, Steve MacQueen. No quesito da nudez Luz foi além da Playboy: tudo era feito por amor ao corpo. Ela se chamava Dora Vivacqua, filha de italianos, estudou na Europa e veio ao mundo em Cachoeiro do Itapemirim, como Roberto Carlos, Carlos Imperial e Rubem Braga. Seu primeiro nome artístico foi Luz Divina mudado para Luz del fuego, nome dum batom argentino, por sugestão do palhaço do circo em que a moça dançava enrolada em duas jibóias. Ora, de acordo com a previsão do teatrólogo Nélson Rodrigues, como toda nudez deverá ser castigada, em 1967, Luz foi assassinada por Edgar, o caseiro da ilha, armado de foice, amarrada a umas pedras e atirada ao mar. Transformou-se em sereia nos primeiros anos da ditadura militar de 64.