Luiz Roberto Benatti
Ao sorver o conteúdo duma xícara de café, você não pensa nos árabes, mas sem eles não saberíamos da planta nem de seu cultivo, bem como da invenção do processo de colheita, secagem, moagem, enfim o ciclo completo que lhe permite o deguste e o convívio com as pessoas reunidas à sua volta para bebericar a coffea arábica. O mesmo raciocínio vale para o alambique, o açougue, o armazém, a aduana, o açúcar, o alfaiate, a química, o azeite, a prisão, o sorvete. Ao dar nome a centenas de estrelas, os árabes talvez pensassem numa certa transcendência, mas foi na imanência que eles se esmeraram. As palavras árabes incorporadas à Língua portuguesa são numerosas, algumas das quais aí vão: açougue, açúcar, alface, alcachofra, bazar, alambique, alaúde, almíscar, alcova, alfaiate, alicate, alforge, almotolia, álgebra, alqueire, azeite, alcaguete, sáfaro, assassino.