Luiz Roberto Benatti
Os políticos da cidade não precisaram ler O choque de civilizações de Samuel P. Huntington para instalar a administração pública num bunker ultraconservador a fim de salvaguardá-la de Kardec e certo ateísmo petista. Voltamos aos tempos do Tonico Mastrocolla, Carlos Machado, Zancaner e Borelli. In hoc signo vinces. Para Huntington, pensador à direita da direita, no século XXI os conflitos surgiriam não dos Estados nacionais mas do entrechoque das civilizações. Numa versão meio capenga, talvez, a província não iria ocupar-se com resolver questões prementes entre a situação dos humilhados e ofendidos ou continuar formulando políticas públicas isentas de fundamentação social. Os miseráveis não carecem de enfrentar os oceanos para escapar à guerra e ao desemprego, porque na província todos os dias eles comem o mostruário de bolacha para enganar a fome de ontem. Por fim, o padre Albino encontrou seu príncipe.