Luiz Roberto Benatti
No dia 13 de agosto de 1930, a Câmara municipal promoveu a última sessão legislativa e esse recesso prolongou-se até 23 de maio de 1936, todavia, em 15 de agosto de 1937, em razão do golpe de Estado, ela foi dissolvida. O prefeito era Alfredo Minervino que permaneceu no cargo até 30 de maio do ano seguinte. Por 7 anos, foi como se a cidade tivesse sofrido curto-circuito cuja memória dos fatos reduziu-se a um mínimo e isso refletiu-se até mesmo no exercício dos prefeitos do período, 5 ao todo, com ações quase-inócuas. Seus nomes não são lembrados pela historiografia: Odilon César Nogueira, Mair Cerqueira, Antônio Zaccaro (1º. período), Quirino Gastaldi e Coriolano Oliveira Mello. O tempo muito curto de permanência de cada um deles como prefeito aponta tanto para a questão da falta de eleição quanto talvez para o fato de o administrador não ter aceito o prolongamento de sua gestão por tempo razoável. Leve-se em conta que a enchente de 1983 destruiu papéis de fundamental importância para a reconstituição dos acontecimentos desse período. Uma noite muito escura que durou 7 anos. Os otimistas de plantão diriam que o breu dissipou-se a partir de 16 de março de 1932, com a instalação dum conselho consultivo, de acordo com o decreto estadual no. 5406, com a finalidade de prestar ao prefeito assessoria e fiscalização administrativa. O olho vigilante do patrão garante a engorda do porco e a honesta atuação do João. Em 37, em nome da Ação católica, pe. Albino adquiriu por 13 mil e 500 contos de réis a residência do juiz Raimundo Mergulhão Lobo (atual Casa Sinharinha Netto) onde mandou instalar a entidade. A época era de recuo político e assanhada movimentação dos grupos fascistas, tanto é verdade que por esses dias Italo Zaccaro voltou a distribuir o jornal A marcha, divulgador de idéias integralistas.