Luiz Roberto Benatti
aos operários franceses
dei a patente do relógio de pulso
mas quem o vendeu às dúzias
foi o gigante Cartier
no alto da Torre Eiffel
a turma do turno das 5
embriagou-se com graxa e vodca
destilada por Jean-Paul Sartre na Alsácia
vou-me enforcar com gravata puída
antes que o meu pé esquerdo
adormeça em Petrópolis
meus amigos do Brasil
levaram aos gritos a biruta do aeroporto
para o deserto da Mongólia
quando acordar estarei na Lua
abraçado com Júlio Verne