Luiz Roberto Benatti
águas passadas não movem moinhos
as pás foram quebradas por gigantes enfurecidos
saídos de livros e sonho
Dulcinéia pensa num velho endoidecido
no Rocinante e na longa viagem
para a Ventania e o pó de Espanha
há um cavalo de pau no caminho
quase tudo acha-se em desalinho
e não haverá mais burburinho
prendam o pesadelo numa tigela de barbeiro
acrescentem água e façam a barba do homem da Mancha