Luiz Roberto Benatti
No ano passado, 2019, esquecemo-nos de lembrar o 60º. aniversário de Orfeu negro, o filme de Marcel Camus que ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro e várias Palmas de ouro. No meio da fumaça tóxica das manifestações racistas provenientes muitas vezes do andar de cima, ficamos igualmente esquecidos de levar para a mesa da Flip discussão sobre o filme que, conforme revelação nas memórias, o presidente Obama declarou que sua mãe, apaixonada pelo filme, mudou-se para as Bahamas para casar-se com homem negro. O pintor Jean-Michel Basquiat afirmou que Black Orpheus o influenciou na juventude. Vagotônicos são os caminhos e descaminhos da memória. O filme foi extraído do poema Orfeu da Conceição de Vinícius de Morais e seu espaço de configuração é a favela carioca. O Carnaval empresta-lhe o telão de fundo. Agostinho dos Santos faz a voz do ator Breno Mello, jogador do fluminense escolhido dentre 45 atores para o papel de Orfeu. Éramos internacionais e não sabíamos, éramos felizes e disso sabíamos. Na foto, a atriz Marpessa Dawn que desempenhou o papel de Eurídice.