Luiz Roberto Benatti
À procura de assunto para tese universitária de mestrado ou doutorado, o Sociólogo poderia passar 3 meses no Facebook e, pela janelinha à direita, acompanhar frases e observações que vão-se sucedendo como se fossem fotogramas nos velhos projetores de cinema. Com o mouse, você poderá interromper por segundos ou minutos a subida ou a descida da janelinha, entrar na arenga, deitar falação,aplaudir, postar o último retrato ou mostrar a lata de cerveja que acabou de sorver sob a canícula. Conclusão? Há assuntos “interessantes”, quentes, carregados de tabu, preferenciais e muitos outros que, uma vez invocados, provocam comichão na ponta do nariz. Ariel Sharon acabou de falecer depois de longa agonia e o cidadão abre a janelinha para dizer, em resumo, que o general já foi tarde e que, mesmo tendo sido cruel como foi, acabou por virar salame. Experimente postar foto de 3 dias de Fidel Castro, bengala à mão e o ar de quem já se atrasou demais para o desembarque. Só irão curtir a imagem 2 ou 3 ousados e irônicos cidadãos, dentre os quais não estará o que mandou bala no israelense. A inflação voltou a nos comer pela perna? Assunto tabu. O filho do Lula tem um avião de jato em que poderia viajar toda a Vila dos Remédios do Maranhão de Cima. Não poste: assunto tabu. Genoíno meteu a mão na massa e a família promove uma vaquinha de meio milhão. Assunto tabu e o melhor é não contribuir. O País da Carochinha enterrou nos estádios uma fortuna de cujo montante você jamais será informado. Tabu. Lula, na foto, como se o grupo charmoso tivesse acabado de participar do grande prêmio do jóguei na florida década dos 50s? Tabu e somente tabu, porque, cá entre nós, totens não nos faltam. Lembram-se do Lula? Totem e Tabu, ainda que Freud tivesse posto fogo no divã, furioso, como se quisesse exorcizar o Demo.